O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta quarta-feira, 22 de janeiro, da cerimônia de assinatura do contrato de concessão da BR-381/MG. Um importante corredor logístico para o escoamento de produtos industriais, a rodovia atravessa o Vale do Aço, no interior de Minas Gerais, além de interligar o estado mineiro, São Paulo e Espírito Santo, o que resulta em um intenso fluxo de caminhões, ônibus e veículos leves.
Com traçado altamente sinuoso, pistas simples na maioria do percurso, baixa manutenção da estrutura e ausência de iluminação e sinalização, a BR-381/MG, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, é popularmente conhecida como a “rodovia da morte”. Números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicam que, entre os anos de 2018 e 2023, foram registrados 3.960 acidentes, 420 deles com mortes, ao longo do trecho.
MUNICÍPIOS BENEFICIADOS — Todos os municípios que fazem parte da referida malha rodoviária serão beneficiados pelo empreendimento (diretamente e indiretamente): Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Caeté, Nova União, Bom Jesus do Amparo, Barão dos Cocais, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Bela Vista de Minas, Nova Era, Antônio Dias, Jaguaraçu, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso, Belo Oriente, Nhaque, Periquito e Governador Valadares. Além disso, a concessionária oferecerá um pedágio gratuito no primeiro ano e, em seguida, Desconto para Usuários Frequentes (DUF) e a opção de pagamento automático para motoristas, por meio do uso de TAGs. Usuários frequentes são aqueles que percorrem trechos da rodovia diversas vezes por mês, como no caso de pessoas que residem e trabalham em cidades próximas.
DETALHES DA CONCESSÃO – A BR-381/MG será administrada pela Concessionária Nova 381 e vai contar com investimento de R$ 10 bilhões (Capex e Opex) em 30 anos de concessão. O trecho, com extensão total de 303,4 km, tem início em Belo Horizonte/MG, no entroncamento com a BR-262/MG (que segue para Sabará/MG) até o entroncamento com a BR-116/MG (Governador Valadares/MG).
O trecho abrange 13 cidades às margens da estrada e outras que dependem indiretamente dela, resultando em um tráfego médio de 24,7 mil veículos ao dia. A expectativa é de que a concessão beneficie 4 milhões de pessoas que vivem na região e promova 83,5 mil empregos diretos e indiretos. Com a concessão, serão realizadas 51 mudanças no traçado da BR-381, com a duplicação de 106 quilômetros de rodovia ao longo de 13 cidades.
O projeto de readequação da BR prevê, ainda, 83 quilômetros de faixas adicionais, 51 correções de traçado, áreas de escape, Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros e 23 passarelas para a travessia de pedestres.Também serão instalados pontos de atendimento ao usuário com o Centro de Controle de Operações (CCO), áreas de escape e Bases do Serviço Operacional (BSO) para apoio das equipes de atendimento médico de emergência, mecânico e demais incidentes na via.
100 DIAS – O plano inicial dos 100 dias concentra-se na reabilitação da rodovia, com ênfase na segurança viária e em melhorias visíveis para os usuários. Entre as ações previstas, estão o reparo de pavimento, incluindo tapa-buracos e correções pontuais, a recuperação da sinalização vertical e horizontal, a roçagem da faixa de domínio, reparos iniciais em pontes e viadutos, limpeza das pistas e a manutenção e reforço do sistema de iluminação.
CONSÓRCIO — A 4UM Investimentos venceu a disputa ao apresentar a proposta de desconto com a menor tarifa de pedágio, critério do leilão, com aporte financeiro vinculado à concessão. Este requisito buscou garantir tarifas mais justas aos usuários, aliadas à sustentabilidade do contrato. O grupo criou a Concessionária Nova 381, que administrará e responderá pela operação e manutenção da BR-381/MG. O consórcio reúne ações das empresas MLC, Aterpa e Senpar e, com a vitória, estreia no segmento de infraestrutura. O consórcio tem sede em Curitiba (PR) e soma mais de R$ 7 bilhões sob sua responsabilidade. Especializada em investimentos de longo prazo, a 4UM concluiu a estruturação de um fundo em participações para atuar em leilões de rodovias. Entre os cotistas desse fundo, estão as famílias Malucelli, Salazar, Federmann e Backheuser, acionistas das empresas MLC, Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia.