Um ano da Nova Indústria Brasil (NIB) é celebrado com lançamento das metas da Missão 6 e investimentos na indústria da defesa

O Governo Federal lançou nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, as metas da Missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB). O foco é promover o uso de tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Com investimentos públicos e privados de R$112,9 bilhões, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.

Participaram da cerimônia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; o ministro da Defesa, José Múcio; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; o diretor de desenvolvimento produtivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luis Gordon; e outros representantes do Governo Federal, da sociedade civil e do setor produtivo.

“Hoje, lançamos a sexta missão: defesa e a parte da indústria da defesa, incluindo a parte aeronáutica. A meta é chegarmos a 55% de domínio das tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacional até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, estamos em 42,7%”, listou Alckmin ao reforçar que uma indústria mais verde e sustentável favorece a descarbonização e eficiência energética do setor. Além disso, para o vice-presidente, a Missão 6 da NIB vai impulsionar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI), assim como alavancar o volume de exportações de produções nacionais.

Alckmin enfatizou que, paralelo à recriação do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI) e do um ano completado pela Nova Indústria Brasil (NIB), o lançamento da Missão 6 permite o mapeamento das cadeias produtivas. “A NIB demonstra uma indústria mais inovadora e digital, mais verde e sustentável, que implementa todas as medidas de descarbonização e eficiência energética. É uma indústria mais exportadora, mais competitiva e produtiva”, esclareceu.

O ministro da Defesa, José Múcio, avaliou como “claramente perceptível” os efeitos da NIB no aquecimento da economia brasileira. “O país e a sociedade são testemunhas que o Poder Público e o setor privado se uniram e se dedicam ao sucesso do processo de retomada da capacidade industrial brasileira. A indústria de defesa já tem uma posição de destaque na economia do país, seja por meio de números expressivos e crescentes em exportações”, ressaltou Múcio.

Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a NIB está alinhada a uma agenda global ao garantir crescimento sustentável associado à inclusão social. “São novas bases tecnológicas para poder garantir um desenvolvimento sustentável e, para isso, o presidente Lula sempre teve convicção que esse crescimento tem que ser ancorado na inovação. Estamos totalmente integrados às seis missões da NIB. O êxito da Missão 6 é fruto de uma grande convergência entre o BNDES, Finep e bancos públicos para poder garantir desenvolvimento em altos patamares”, salientou a ministra.

EXPORTAÇÕES — Estratégicas para a indústria nacional, as exportações de produtos de defesa têm se destacado nos dois últimos anos. Em 2024, o Brasil exportou US$1,8 bilhão em produtos de defesa, aumento de 22% em relação a 2023. No ano anterior, as exportações haviam somado US$1,5 bilhão, um crescimento expressivo de 123% em comparação a 2022.

O presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, celebrou o aniversário de um ano da Nova Indústria Brasil e o lançamento da Missão 6. “É uma das políticas públicas mais bem estruturadas para o desenvolvimento da indústria brasileira nesses últimos anos. É de extrema relevância para a Embraer e toda a cadeia da indústria de defesa”, saudou Gomes Neto, que elencou ainda os três pilares da NIB associados à indústria aeroespacial: “promoção das exportações, pesquisa & desenvolvimento em inovação e defesa”.

Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, Luiz Teixeira, o fortalecimento da base industrial de defesa e segurança é estratégico e essencial para o desenvolvimento do Brasil. “Impulsionar a inovação, a autonomia tecnológica e a competitividade do setor de defesa e segurança é essencial para nossa soberania e desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Uma indústria de defesa forte, além de proteger a nossa soberania, é um motor de inovação, crescimento e com impactos diretos na geração de empregos qualificados, na capacitação tecnológica e na expansão da indústria nacional”, defendeu Teixeira.

 

12.02.2025 - Cerimônia de 1 ano da Nova Indústria Brasil e Missão 6: Soberania e Defesa nacionais

INVESTIMENTO — A Missão 6 conta com R$112,9 bilhões em investimentos, sendo R$79,8 bilhões de recursos públicos e R$33,1 bilhões do setor privado. Os investimentos públicos incluem o PAC Defesa, com R$31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.

PRIVADO — Já o investimento privado de R$33,1 bilhões será dividido entre os setores aeroespacial e defesa (R$23,7 bilhões), nuclear (R$8,6 bilhões) e segurança e outros (R$787 milhões). No evento, a Finep e o BNDES assinaram contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor.

O diretor de desenvolvimento produtivo do BNDES, José Luis Gordon, definiu a NIB como uma revolução para o setor industrial. “Coloca a indústria no centro da agenda de desenvolvimento econômico do país, no centro da agenda de geração de emprego, no centro da agenda de crescimento. É isso que o presidente Lula tem demonstrado: a importância da indústria para o país”, avaliou.

FOGUETE — A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$331 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$23,75 bilhões, e o BNDES projeta mais R$20 bilhões em apoio até 2026.

METAS E CADEIAS PRIORITÁRIAS — Os recursos vão abrir caminho para o Brasil fortalecer as três cadeias prioritárias da Missão 6: satélites, veículos lançadores e radares. Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.

TECNOLOGIAS CRÍTICAS — As metas da Missão 6, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas definidas pelo o MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira. Nas próximas semanas, o CNDI vai realizar encontros nas próximas semanas para aprofundar as discussões sobre as cadeias produtivas prioritárias das seis missões da NIB.

R$3,4 TRILHÕES — No total, a indústria brasileira já conta com R$3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. O investimento público é de R$1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço financeiro da NIB, e de programas relacionados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional nos próximos anos.

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