Hoje foi um dia de muita tristeza para todos aqueles que, acima das religiões, fazem do amor a sua profissão de fé.
Francisco foi o Papa do acolhimento. E por isso acordamos hoje um pouco órfãos do seu afeto.
Um afeto que era livre de preconceitos e julgamentos, num mundo que sofre com a discriminação e a intolerância.
Para Francisco, somos todos irmãos, criados para amarmos uns aos outros.
E por sermos todos irmãos, não há razão para tanta discórdia, tanto ódio, tantas guerras e tanta desigualdade no mundo.
Francisco foi o Papa de todos, mas principalmente dos excluídos. Dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não têm voz, das vítimas da fome e do abandono.
Em uma das audiências que tive com ele, discutimos a necessidade de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que foi efetivamente lançada pelo Brasil no ano passado, durante a cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
Francisco foi o Papa da paz, do diálogo, da união e do amor a todas as formas de vida.
Fez seguidos alertas sobre a crise climática e a ameaça de destruição do nosso planeta, obra-prima da criação divina.
Condenou todas as guerras, que têm como vítimas preferenciais a população civil, sobretudo mulheres e crianças.
Minhas amigas e meus amigos,
Embora o dia de hoje seja de muita tristeza, vamos nos lembrar para sempre da alegria do Papa Francisco.
Do sorriso que iluminava a tudo e a todos.
O entusiasmo pela vida, o bom-humor, o otimismo, a paixão pelo futebol, qualidades que faziam dele o mais brasileiro dos argentinos.
Na sua bênção de despedida, no domingo de Páscoa, pediu para voltarmos a ter esperança de que a paz é possível.
Francisco foi o Papa da esperança. Em sua despedida renovou a crença nos seres humanos, e previu um futuro melhor para a humanidade.
Disse que “o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira, o perdão venceu a vingança.”
Este é o mundo que haveremos de construir, inspirados no Papa Francisco.
Se formos capazes de cultivar a paz, o amor, a justiça e a fraternidade.
Que Deus abençoe a humanidade.