O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à China, afirmou nesta terça-feira, 13 de maio, que empresas chinesas vão investir no setor portuário brasileiro e que demonstraram interesse em participar do leilão do Túnel de Santos-Guarujá.
O presidente Lula participou do lançamento do edital do túnel submerso e inédito na América Latina no final de fevereiro. “Grandes empresas na área da construção civil aqui da China querem participar do leilão”, disse o ministro Silvio Costa Filho. “Serão investimentos na ordem de mais de R$ 6 bi. Essas empresas participarão do leilão no mês de agosto. Nos próximos 30 dias, um conjunto de empresas está indo ao Brasil para poder participar efetivamente da construção de consórcios.”
“Além disso, assinamos um conjunto de ações com o setor produtivo portuário, onde a gente espera investimentos de quase R$ 5 bi nos portos públicos brasileiros”, disse Silvio Costa Filho. O ministro também confirmou a assinatura de um acordo de cooperação com a Universidade da Aviação Civil da China. A parceria permitirá a troca de experiências e buscará convergência na área de tecnologia para melhorar a governança dos aeroportos brasileiros.
VOOS DIRETOS — Para Silvio Costa Filho, a ampliação das relações entre Brasil e China tem reflexos diretos nas rotas aéreas entre os dois países. “A gente tem trabalhado para avançar nessa direção. O primeiro movimento foi retomar, em 2024, voos diretos para o Brasil. Agora a gente tem a Air China viajando para o Brasil e a gente espera ampliar esses voos. Hoje, em torno de 80 mil passageiros viajam anualmente entre Brasil e China. Nos próximos três anos, precisamos ampliar esse volume de passageiros.”
AVIÕES DA EMBRAER — De acordo com o ministro, outro ponto importante deve envolver a venda de aviões brasileiros. “A gente está trabalhando para fazer com que a China possa também comprar aviões da Embraer. Já há o diálogo, hoje, do governo chinês com a Embraer para que a gente possa buscar essa parceria, fortalecendo a indústria da aviação brasileira”.
O mundo hoje quer produzir, mas quer produzir com sustentabilidade. E é por isso que o Brasil está se transformando nesse grande player internacional
SILVIO COSTA FILHO
Ministro de Portos e Aeroportos
ENCURTAR DISTÂNCIAS — Para Silvio Costa Filho, todo o trabalho é feito para que o fluxo comercial entre os dois países possa ser cada vez mais eficiente. “Nos nossos portos, 28% da corrente de exportação do Brasil vem aqui para a China. A gente quer evoluir no plano logístico e encurtar distâncias, ampliar os nossos navios para fazer com que a gente possa cada vez mais fortalecer setores como o agronegócio, o setor da proteína animal, o setor de minério de ferro, que são fundamentais para o desenvolvimento das exportações do Brasil”.
CRESCIMENTO — Todo o trabalho feito para atrair investidores, entre eles os chineses, permite projetar um crescimento considerável tanto no setor portuário quanto na aviação civil. “O Brasil tem bons projetos, tem segurança jurídica, tem segurança institucional, fortalecimento das instituições e dialoga com a pauta da sustentabilidade. O mundo hoje quer produzir, mas quer produzir com sustentabilidade. E é por isso que o Brasil está se transformando nesse grande player internacional. A gente espera, nesse ano de 2025, o crescimento do setor portuário em mais de 5% e o crescimento no setor da aviação civil em mais de 6%. Isso vai ajudar no desenvolvimento econômico e na geração de oportunidades para o povo brasileiro”, disse o ministro.
FERROVIAS — Além dos setores portuário e de aviação, Silvio Costa Filho afirma que as ferrovias também estão inseridas no processo de crescimento. “Estamos construindo rodovias como a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que tem como objetivo interligar o interior da Bahia ao porto de Ilhéus), da Transnordestina. Essas ferrovias dialogam com o plano logístico brasileiro, que envolve rodovias, hidrovias e ferrovias”, explica.
“Elas vão ajudar na redução do custo logístico do país e automaticamente no escoamento da produção brasileira. Todo o debate que nós fizemos foi para ampliar o volume de movimentação através dos nossos portos com o mercado chinês e asiático. A gente vai ampliar, nesses próximos cinco anos, o volume de movimentação do agronegócio brasileiro e do setor de proteína animal. A gente observa a China como uma grande janela de oportunidades para o mercado brasileiro”.