Em evento que marca um ano da Nova Indústria Brasil (NIB), o Governo Federal lança, nesta quarta-feira (12), as metas da Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes. O lançamento, a partir das 11h, em Brasília, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, além de outros representantes do governo federal, da sociedade civil e do setor produtivo.
“A indústria da defesa é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, que também podem ser aplicadas em serviços para o nosso dia a dia, como o GPS e os drones. Com a Nova Indústria Brasil, vamos fortalecer a indústria nacional e ampliar o potencial brasileiro sobre tecnologias de alto nível, aumentando a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional”, avalia Alckmin, que cita o KC-390, cargueiro da Embraer, como exemplo. Para o vice-presidente, a Missão 6 da NIB vai impulsionar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI).
Estratégicas para a indústria nacional, as exportações de produtos de defesa têm se destacado nos dois últimos anos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão em produtos de defesa, aumento de 22% em relação a 2023. No ano anterior, as exportações haviam somado US$ 1,5 bilhão, um crescimento expressivo de 123% em comparação a 2022.
INVESTIMENTO – A Missão 6 conta com R$ 112,9 bilhões em investimentos, sendo R$ 79,8 bilhões de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado. Os investimentos públicos incluem o PAC Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.
PRIVADO – Já o investimento privado de R$ 33,1 bilhões será dividido entre os setores aeroespacial e defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões). No evento, a Finep e o BNDES assinarão contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor.
FOGUETE – A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$ 331 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, e o BNDES projeta mais R$ 20 bilhões em apoio até 2026.
METAS E CADEIAS PRIORITÁRIAS – Os recursos vão abrir caminho para o Brasil fortalecer as três cadeias prioritárias da Missão 6: satélites, veículos lançadores e radares. Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.
TECNOLOGIAS CRÍTICAS – As metas da Missão 6, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas definidas pelo o MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira. Nas próximas semanas, o CNDI vai realizar encontros nas próximas semanas para aprofundar as discussões sobre as cadeias produtivas prioritárias das seis missões da NIB.
R$ 3,4 TRILHÕES – No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. O investimento público é de R$ 1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço financeiro da NIB, e de programas relacionados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional nos próximos anos.