No segundo dia de viagem a Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, a divulgação dos avanços nas obras do Governo Federal para a COP30 e os legados previstos para o estado e a capital paraense.
Esse país precisa parar de ser pequeno. Esse país precisa ter coragem de levantar o pescoço e dizer que quer fazer as coisas, porque queremos mostrar o Brasil do jeito que é. Saio daqui com a certeza de que a gente vai fazer a melhor COP já realizada na história”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Lula citou os desafios de se realizar uma conferência da magnitude da COP em um estado amazônico e apontou as vantagens de promover as discussões sobre a mudança do clima fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro. “Eu escolhi Belém e o Pará porque sei das transformações que as cidades passam quando sediam grandes eventos internacionais”, afirmou o presidente, lembrando dos avanços em infraestrutura promovidos nas 12 cidades que receberam os jogos da Copa de 2014. “Eu visitei Barcelona, que fez as Olimpíadas de 1992, e comecei a ver a transformação que a cidade sofreu. E eu fiquei pensando, por que o Brasil não pode fazer esses eventos internacionais?”.
A lista de investimentos do Governo Federal no Pará é estimada em R$ 4,8 bilhões. Inclui construções e reformas de estruturas como o Mercado Ver-o-Peso, o Mercado de São Brás, o Parque Linear São Joaquim, a adequação da Base Aérea de Belém, o Parque Linear da Doca, além de obras do canal, de saneamento básico e do Parque da Cidade, espaço onde será a conferência. No Porto Futuro II, cinco galpões estão sendo recuperados e transformados em complexo de lazer e gastronomia. Belém também passa por modernizações no turismo e na qualificação profissional.
“Esse país precisa parar de ser pequeno. Esse país precisa ter coragem de levantar o pescoço e dizer que quer fazer as coisas, porque queremos mostrar o Brasil do jeito que é. Saio daqui com a certeza de que a gente vai fazer a melhor COP já realizada na história, porque todas as que acontecem em outros países têm como tema a Amazônia. Essa vai ser na Amazônia, para eles conhecerem a Amazônia e o povo do Pará tal como eles são”, disse Lula.
Hoje visitamos as obras para a COP 30, em Belém. 🌿🏗️
Belém está se transformando para ser palco da maior cúpula climática do mundo. E, com isso, gerando mais empregos, transformando vidas como a do Thiago e sua família. ✨
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— Lula (@LulaOficial) February 14, 2025
PARQUE DA CIDADE – O presidente visitou as obras do Parque da Cidade, espaço que sediará, em novembro, a programação principal da COP30. Com mais de 500 mil metros quadrados de obras construídas, além de uma área paisagística de 50 hectares, é o maior empreendimento urbano em execução no Pará. Foram investidos no equipamento R$ 980 milhões e 74% das obras já estão concluídas.
Essa COP30 vai ser histórica e referencial. Se trata de uma COP na Amazônia, e não uma COP da Amazônia, porque é uma COP que envolve 196 países e todos têm a responsabilidade de equilibrar o clima, inclusive para que as florestas não sejam destruídas”
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima
BALANÇO – O governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou um balanço das ações e iniciativas realizadas em parceria pelos executivos estadual e federal. “São mais de 30 obras em execução nesta parceria e nos eixos de desenvolvimento urbano, mobilidade e saneamento. Temos ainda a agenda direta dos aeroportos, portos e hospitais. São investimentos que não estão diretamente ligados à agenda da COP30, mas que têm impacto direto na cidade”, explica.
VOLUME – O prefeito de Belém, Igor Normando, celebrou o volume de investimentos federais destinados à capital paraense. “Belém sediar a COP30 será um divisor de águas. Vamos deixar de ser uma cidade que tem a matriz econômica de serviços para virar uma cidade com polo turístico e que possa verticalizar a produção, desenvolver a bioeconomia e a economia que vem das nossas florestas”, comemorou.
REFERENCIAL – A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) registrou que a realização da COP30 no coração da Amazônia é a chance de discutir como equilibrar o sistema climático e a vida do planeta. “Essa COP30 vai ser histórica e referencial. Se trata de uma COP na Amazônia, e não uma COP da Amazônia, porque é uma COP que envolve 196 países e todos têm a responsabilidade de equilibrar o clima, inclusive para que as florestas não sejam destruídas”, afirmou. Marina lembrou o compromisso do Governo Federal com o desmatamento zero até 2030 e citou a redução de 45% do desmatamento na Amazônia, 27% na Mata Atlântica, 77% no Pantanal e de 48% no Cerrado como exemplos dos esforços federais em torno do tema.
São mais de 30 obras em execução em parceria com o governo federal nos eixos de desenvolvimento urbano, mobilidade e saneamento. Temos ainda a agenda direta dos aeroportos, portos e hospitais. São investimentos que não estão diretamente ligados à agenda da COP30, mas que têm impacto direto na cidade”
Helder Barbalho, governador do Pará
URBANIZAÇÃO — Durante o evento, foi anunciada uma linha de crédito de R$250 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento ao Governo do Pará em projetos de macrodrenagem e urbanização. Os valores se somam aos R$255 milhões já liberados pelo BNDES para obras em 2024, alcançando R$505 milhões dos R$847 milhões de financiamento proposto para o conjunto de projetos.
INCÊNDIOS — Na cerimônia, BNDES e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) assinaram a contratação de apoio financeiro não reembolsável de R$45 milhões do Fundo Amazônia ao Pará para fortalecer a estrutura do Corpo de Bombeiros e as ações da corporação na prevenção e combate a incêndios florestais. “São veículos, tanques, retroescavadeira, equipamentos de proteção individual e um conjunto de picapes, carros e ônibus. Condições que reforçam e fortalecem o Corpo de Bombeiros do Pará”, afirmou a presidenta em exercício do BNDES, Tereza Campello.
AEROPORTO E PESQUISA — Outro anúncio contemplou o Aeroporto de Belém, com investimentos estimados em R$470 milhões. As obras estão em ritmo acelerado, sendo realizadas nos três turnos. O ministro Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) frisou que trata-se do anúncio de maior volume de investimentos aeroportuários da história do Pará. Até agosto, estaremos com o Aeroporto de Belém pronto para entregar à população do estado. Vamos sair de 7 milhões de passageiros para quase 14 milhões”, disse. Além disso, o presidente Lula autorizou o início das operações e das obras em quatro aeroportos estratégicos do estado: Santarém, Marabá, Carajás e Altamira.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA – Também foram divulgados os investimentos do Pró-Amazônia, conduzido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Com aporte de R$650 milhões, a iniciativa reafirma o compromisso do setor público em promover inovação, pesquisa e cooperação internacional na Amazônia Legal. “Falar da COP30 é falar da oportunidade histórica para que o Brasil reafirme seu papel de liderança no debate sobre mudança do clima e sustentabilidade. Temos a convicção de que, sem ciência, não há enfrentamento a desafios crescentes na mudança do clima”, afirmou a ministra Luciana Santos.
BASA – O presidente Lula também acompanhou a cerimônia de anúncio da ampliação de linhas de crédito do Banco da Amazônia (Basa) para micro e pequenos empreendedores. Os protocolos se destinam ao credenciamento de novas empresas habilitadas a operar o Basa Acredita, programa de Microcrédito Produtivo e Orientado da instituição. O presidente do Basa, Luiz Lessa, reforçou que o banco é o principal instrumento de desenvolvimento e apoio da política de inclusão social do Governo Federal na Região Norte e elencou as atuações em municípios da Amazônia Legal. “Atuamos em 772 deles. Temos apenas 12% da rede bancária, mas representamos 55% de todo o crédito de fomento na região. A inadimplência é muito menor do que no restante do sistema financeiro”, destacou.